Conto: A Convidada Penetra
contos de escritores brasileiros contemporâneos As coxinhas e bolinhas de queijo estavam ficando frias, mas eu continuei beliscando os aperitivos mesmo assim. Chegou a um ponto em que somente havia quibes no prato. Eu odeio quibes. Aliás, eu nunca havia ido a nenhuma festa em que não sobrasse quibe nos pratos, então concluí naquela noite que aquele era, provavelmente, o salgadinho menos amado do Brasil. Não conseguia comer mais nada e não fazia nem uma hora de festa. Na tentativa de aplacar meu tédio, substituí a ausência de uma conversa amigável por uma conversa indigesta com meu próprio estômago. E segui nesaa compensação de oralidade pelo começo de festa. Já estufada, reparei melhor na suntuosa decoração da mesa do bolo para distrair minha mente e parar de comer por mero tédio. Passei a buscar detalhes que eu e Celeste havíamos escolhido juntas na hora do almoço (às vezes, durante o expediente). A paleta lilás e prata. O modelo dos guardanapos alugados